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Foto do escritorAuro de Jesus Rodrigues

Rico ou Pobre no Reino de Deus?

Camelo

Irmãos é muito comum dogmatizar e condenar os ricos, dizer que estes não entrarão no reino dos céus, através da seguinte passagem no Evangelho de Mateus 19:23-25:

 

“Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino dos céus.

E, outra vez vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.

Os seus discípulos, ouvindo isto, admiraram-se muito, dizendo: Quem poderá pois salvar-se?”

 

E suprimem ou esquecem do versículo posterior em Mateus 19:26:

 

“E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível.

 

O Evangelho de Mateus, no capítulo 19, versículos 23 a 26, apresenta um diálogo de grande impacto entre Jesus e seus discípulos sobre a relação entre a riqueza material e a entrada no reino dos céus. Este trecho é denso em significados e implicações, proporcionando uma profunda reflexão sobre a natureza da riqueza, a salvação e o poder divino.

 

Contextualização do Versículo

 

Para compreender plenamente o contexto desse diálogo, é importante revisar os eventos anteriores. Jesus estava ensinando sobre as dificuldades de os ricos entrarem no reino dos céus, após um jovem rico ter se afastado de Jesus por ser incapaz de se desfazer de suas posses para segui-lo. É nesse ponto que Jesus proferiu as palavras em questão, ilustrando vividamente a dificuldade que a riqueza traz para a jornada espiritual.

 

A Dificuldade da Riqueza

 

"É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus." Esta afirmação de Jesus é extremamente impactante e tem sido objeto de interpretação ao longo dos séculos.

 

A imagem do camelo, um animal grande e volumoso, contrasta vividamente com a pequena abertura de uma agulha, demonstrando visualmente a extrema dificuldade da tarefa mencionada. Essa metáfora sugere que a riqueza pode ser um obstáculo significativo para a espiritualidade e a salvação.

 

Interpretações Teológicas

 

Este versículo tem sido motivo de intenso debate teológico. Algumas interpretações sugerem que a "agulha" se refere a uma porta estreita nas muralhas de Jerusalém, pela qual um camelo só poderia passar com grande dificuldade.

 

No entanto, a maioria das interpretações enfatiza a impossibilidade aparente da tarefa, ressaltando a grande dificuldade de um rico encontrar o caminho para o reino dos céus. E muitos condenam os ricos afirmando que estes não entrarão no Reino de Deus.

 

A Admiração dos Discípulos

 

A reação dos discípulos, que expressam admiração e incredulidade diante da declaração de Jesus, reflete a mentalidade comum da época.

 

Na sociedade judaica do primeiro século, a riqueza era frequentemente vista como uma bênção divina e um sinal de favor celestial. Portanto, a ideia de que os ricos enfrentariam dificuldades para alcançar a salvação era desconcertante para muitos.

 

A Possibilidade Divina:

 

No entanto, Jesus conclui sua declaração com uma nota de esperança e transcendência: "Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível." Essas palavras oferecem uma visão de que, embora a salvação possa parecer impossível para os ricos do ponto de vista humano, Deus tem o poder de superar todas as barreiras e possibilitar a entrada de qualquer pessoa no reino dos céus.

 

Implicações para a Vida Cristã:

 

Para os seguidores de Jesus, o Cristo, essa passagem tem implicações profundas para a vida espiritual e prática. Ela nos desafia a reavaliar nossas atitudes em relação à riqueza e ao materialismo, reconhecendo que essas podem ser barreiras significativas para nossa relação com Deus. Além disso, nos lembra da importância de confiar no poder divino para superar nossas limitações humanas e nos capacitar a viver de acordo com os princípios do reino de Deus.

 

Nem Rico e nem Pobre

 

O diálogo entre Jesus e seus discípulos sobre a dificuldade de os ricos entrarem no reino dos céus é uma lição atemporal que continua a desafiar e inspirar os crentes ao longo dos séculos. Ele nos convida a examinar nossas prioridades e a confiar na capacidade de Deus de superar todas as barreiras em nosso caminho espiritual. Que possamos refletir sobre essas palavras e buscar viver em consonância com a vontade divina, independentemente de nossa posição material. Pois, em Mateus 22:37-39:

 

“E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.

Este é o primeiro e grande mandamento.

E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.”

 

Esses dois mandamentos formam o cerne da ética cristã e da vida espiritual. Eles encapsulam toda a lei e os profetas, como Jesus ensinou em outro lugar. Na sua simplicidade, esses mandamentos carregam uma profundidade de significado e um chamado à ação. Eles nos desafiam a viver de maneira a refletir o amor de Deus em nossos relacionamentos com Ele e com o próximo.

 

Quando vivemos de acordo com esses mandamentos, demonstramos uma verdadeira devoção a Deus e uma genuína preocupação com o bem-estar daqueles ao nosso redor.

 

Portanto, ao ponderar sobre esses mandamentos, somos chamados a examinar nossas próprias vidas, sejamos ricos ou pobres, e a considerar se estamos verdadeiramente vivendo de acordo com o maior mandamento: amar a Deus e ao próximo.

 

Que essas palavras de Jesus inspirem e desafiem cada um de nós a viver uma vida de amor, compaixão e dedicação a Deus e ao próximo, manifestando assim o Reino de Deus em nossas vidas.


Auro de Jesus Rodrigues


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